Depois do ferro, do ouro e do petróleo, o bem mais precioso no século XXI é impossível de pegar com as próprias mãos: dados e informações. Com o avanço da tecnologia e o processo de globalização, marcas e empresas entenderam que podem faturar ainda mais se souberem quem são seus consumidores.
Se você viu o documentário O Dilema das Redes, na Netflix, já sabe sobre o que estamos falando. Mesmo que a obra traga um olhar crítico sobre o que pode acontecer se não olharmos com atenção às redes sociais, ela também aborda um termo que vem tomando espaço cada dia mais: a Economia da Atenção.
O que aparece no seu feed do instagram não é sem querer, nem aquele anúncio no meio dos stories dos seus amigos mais próximos. Todas as informações que você consome foram escolhidas a dedo, baseadas nas informações que você dá — querendo ou não. A principal crítica e preocupação que ronda a economia da atenção é até onde as marcas e empresas podem ir para obter as informações que precisam para te fazer consumir mais e mais.
O que é a Economia da Atenção?
A Economia da Atenção é um termo que reflete a batalha pela nossa concentração em um ambiente saturado de estímulos. Nessa economia, empresas, criadores de conteúdo e plataformas digitais competem pela nossa atenção, pois ela se traduz em engajamento, visualizações, cliques e, consequentemente, lucros.
Esse conceito ganhou força com o advento da internet e das redes sociais, que inundam nosso cotidiano com informações e distrações constantes.
Com tanta informação chegando até nós a todo momento, é impossível que nossa atenção seja destinada a todas elas, ela é um bem finito, que mesmo que retornável, é objeto de desejo de grandes marcas. A todo momento sua atenção está sendo estimulada: “olha a nova música que saiu do seu artista favorito” diz o Spotify, “olha esse filme novo na nossa plataforma” diz a Netflix, “olha essa mensagem do seu amigo” diz o Whatsapp e a cada interação, sua atenção é sugada por algo diferente.
Rolagem infinita, autoplay, sugestões baseadas em algoritmos reais, também são algumas das ferramentas que essas plataformas utilizam.
Como captar a atenção dos seus consumidores?
Acredite, comprar dados não é uma boa ideia. Mas, entender seu público com pesquisas, testes de conteúdo e aproximação genuína são as principais estratégias para ter essa atenção voltada à sua marca. É preciso fazer com que o que você propõe seja ainda mais interessante do que a notificação de um novo filme da Netflix.
Bons conteúdos, aproximação e conhecimento de com quem se está falando ainda são os pontos mais importantes. Como chamar a atenção de alguém que ainda não conhece? Como usar a economia da atenção a seu favor? O aprendizado conjunto com o público sobre o que dá certo e o que não dá é o caminho perfeito. Algumas estratégias eficazes incluem:
Narrativas envolventes
Contar histórias cativantes é uma maneira poderosa de prender a atenção das pessoas. Uma narrativa bem desenvolvida desperta emoções e curiosidade, incentivando o público a continuar consumindo o conteúdo.
Design visual atrativo
Elementos visuais bem projetados podem capturar a atenção em segundos. O uso de imagens impactantes, cores vibrantes e layouts intuitivos pode destacar o conteúdo em meio à saturação de informações.
Personalização
A personalização de conteúdo, considerando interesses individuais, aumenta as chances de que as pessoas se sintam atraídas. Isso cria uma conexão mais profunda entre o público e o conteúdo oferecido. Algumas marcas de inovação ainda investem na hiper personalização.
Surpresa e novidade
Introduzir elementos inesperados mantém o público engajado. A novidade desperta a curiosidade e incentiva as pessoas a explorar mais.
Mensurando a Economia da Atenção
A métrica central da Economia da Atenção é o tempo que as pessoas dedicam a determinadas atividades ou conteúdos. Redes sociais, serviços de streaming e aplicativos móveis utilizam métricas como "tempo médio de uso" e "taxa de retenção" para avaliar o sucesso de seus produtos. Além disso, a quantidade de curtidas, compartilhamentos e comentários também serve como indicador de quão envolvente é um conteúdo.
No entanto, é importante ressaltar que a métrica do tempo não conta toda a história. A qualidade da atenção também é um fator crítico. Enquanto passar muito tempo em uma plataforma pode indicar engajamento, também pode refletir um padrão de comportamento vicioso e pouco produtivo.
- Taxa de conversão
Avaliar quantos espectadores realmente tomam medidas após consumir seu conteúdo é essencial. Seja comprar um produto, inscrever-se em um boletim informativo ou participar de uma pesquisa, a taxa de conversão fornece uma visão direta do impacto que seu conteúdo tem na tomada de decisões do público.
- Taxa de retenção e abandono
Entender quando e onde o público deixa de se envolver com seu conteúdo é valioso para otimizar suas estratégias. A taxa de retenção revela em que ponto as pessoas estão perdendo o interesse, permitindo ajustes precisos para manter a atenção ao longo do tempo.
- Compartilhamento viral
A viralidade é um indicador importante do quanto seu conteúdo está ressoando com o público. Quando as pessoas compartilham seu conteúdo de forma orgânica, isso amplia consideravelmente o alcance e a visibilidade, demonstrando sua eficácia na captura da atenção.
- Envolvimento emocional
Mensurar o nível de envolvimento emocional que seu conteúdo desperta pode ser um indicativo crucial de sua eficácia. Métricas que rastreiam comentários, compartilhamento de histórias pessoais e reações podem ajudar a compreender como seu conteúdo está conectado com o público. Investir em marketing emocional é uma maneira eficaz, pois, quando as marcas conseguem estabelecer um vínculo profundo com seu público, geram sentimentos de confiança, lealdade e identificação.
- Taxa de Retorno
A frequência com que o público volta para consumir novos conteúdos é uma métrica que reflete o valor percebido por parte do público. Uma alta taxa de retorno sugere que seu conteúdo é considerado valioso o suficiente para ser revisitado.
Em última análise, a Economia da Atenção exige uma abordagem minuciosa na escolha e interpretação das métricas. Números superficiais podem oferecer uma visão inicial, mas a combinação das mais profundas e variadas é o que fornece uma compreensão verdadeira do impacto de suas estratégias na atenção do público.