O que faz você feliz? — perguntava o Pão de Açúcar em suas propagandas em 2013. Agora em 2023, Stella Artois incentiva as pessoas a se encontrarem (e faz isso unindo duas atrizes amadas do brasileiro, Adriana Esteves e Débora Falabella). O que essas propagandas possuem em comum?
Algumas propagandas marcam a gente, tiram sorrisos e até lágrimas. E se tiveram esse impacto em você, acredite, eles foram criados para isso. Muitas marcas investem no marketing emocional para se destacarem em meio à concorrência e terem chances de ter a sua atenção.
Essa abordagem, que visa criar um vínculo emocional com o público-alvo, é uma poderosa ferramenta para conquistar a confiança dos consumidores e impulsionar o sucesso de uma marca.
A importância do vínculo emocional com o público
Os seres humanos são movidos por emoções e é exatamente essa conexão emocional que pode influenciar suas decisões — neste caso, as de compra. Quando as marcas conseguem estabelecer um vínculo profundo com seu público, geram sentimentos de confiança, lealdade e identificação.
Essa ligação emocional é capaz de criar uma base sólida de clientes fiéis, que se tornam defensores da marca e promotores ativos de seus produtos ou serviços.E é exatamente por isso que os anúncios que mexem com as emoções geram 23% mais resultado em comparação com aqueles anúncios básicos e sem graça.
Exemplos de marketing emocional
Além dos resultados positivos nas vendas, o marketing emocional também confere à marca maior autenticidade e relevância. Se você, ou sua marca, buscam inspirações para começar a investir nisso, separamos alguns exemplos da estratégia.
“Vamos marcar.” da Stella Artois
Nina e Carminha frente a frente novamente? Esse foi o truque da Stella Artois para conseguir a atenção do público em sua nova propaganda. A campanha “vamos marcar.” (assim, com ponto-final) incentiva as pessoas a marcarem encontros e reencontros. Além de criarem “momentos que marcam”, a intenção é associar a marca com esses encontros.
Share a Coke da Coca-Cola
Ao substituir os rótulos tradicionais das garrafas pelo nome de pessoas, a Coca-Cola despertou a curiosidade e o sentimento de exclusividade em seus consumidores. A campanha incentivou as pessoas a compartilharem o refrigerante com alguém especial, estabelecendo uma conexão emocional com o ato de presentear e criar momentos compartilhados.
Comercial da Barnes & Noble
Se conectar emocionalmente com o público parte do fato de conhecê-lo, e a livraria americana Barnes & Noble demonstrou isso muito bem, em 2015, com uma campanha de natal em que trouxe a dupla Lady Gaga e Tony Bennett para estrelar um comercial. Além dos artistas se conectarem com públicos de faixas etárias diferentes — atraindo ainda mais pessoas à marca — eles cantavam “Baby It's Cold Outside”, canção de Idina Menzel, amada pelos americanos e muito reproduzida na época do natal.
Real Beauty da Dove
A campanha "Real Beauty" da Dove emocionou ao desafiar os padrões de perfeição impostos pela sociedade. Através de anúncios que valorizavam a diversidade e a auto aceitação, a Dove criou uma conexão emocional com as mulheres, mostrando que todas são bonitas à sua própria maneira. Essa campanha pioneira ganhou reconhecimento mundial e trouxe um impacto duradouro, consolidando a marca como defensora da beleza real.
Como implementar o marketing emocional?
Para qualquer campanha é essencial compreender profundamente o público-alvo e suas necessidades, no marketing emocional essa necessidade fica muito maior, afinal, para atingir de forma certeira o coração do público, é preciso saber bem o que vai emocioná-lo.
Fatores regionais, culturais, opinião pública podem ser pontos de partida muito úteis na elaboração dessas estratégias. Veja alguns métodos:
- realizar pesquisas de mercado
- analisar o comportamento do consumidor
- criar personas detalhadas
Com base nessas informações, as marcas podem desenvolver mensagens e experiências que ressoem com as emoções do público.
Além disso, é importante destacar que o marketing emocional não se limita apenas às campanhas de publicidade. Ele deve estar presente em todos os pontos de contato com o cliente, desde o design do site até o atendimento e venda. Cada interação oferece uma oportunidade para fortalecer o vínculo emocional e proporcionar uma experiência positiva e memorável.
Por fim, vale ressaltar que o marketing emocional não é apenas sobre manipulação ou exploração das emoções do público. Trata-se de autenticidade, empatia e conexão genuína.
As marcas que querem usar dessa estratégia devem ser transparentes, honestas e consistentes em sua abordagem emocional, pois os consumidores são cada vez mais resistentes em relação a estratégias manipuladoras.